Refugiada

É noite. O escuro preenche o meu quarto.
Olho á janela com a esperança de ver o céu repleto de estrelas, mas deparo-me com o meu rosto refletido.
As lagrimas a cair, e as tais rugas de expressão aparecem.
Embora saiba que tudo o que passo devo ignorar, as coisas afetam-me.
Acho que tenho a mania da depressão, e graças a isso deparo-me cada dia sozinha.
Eu sei que no mundo há cerca de 7 biliões de pessoas, mas não é uma questão física, é psicológica.
Nao tenho aquilo que me preenche. O que sao? Amigas verdadeiras a que possa confiar.
Isto é uma coisa só minha, o problema é meu, os pensamentos igualmente e a dor, a dor principalmente.
É normal que ninguem me entenda, porque? Porque está doendo em mim, nao em voces.
De repente volto a mim, a cara inchada de lagrimas, e o meu desejo é desaparecer.
Saio do quarto em direcçao á casa de banho, agua fria limpo minha cara com esperança que ninguem repare.
Á hora do jantar, a atençao é centrada em mim. Porque? Nunca ninguem repara em mim, e de repente quando o meu desejo é desaparecer toda a gente olha para mim?
Saio a correr em direcçao ao quarto, de roupa ainda vestida embrulho-me na cama, apertando com a maior força do mundo os lençois.
Adormeci.
O sol nasce e quando acordo, tinha o pijama vestido, a cara normal e muito mais calma. Penso durante uns minutos e reparo que nao passou de um pesadelo...
Na verdade nao era pesadelo, era a minha realidade vivida numa noite...